quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Santiago, aí vou eu...outra vez

A peregrinação deste ano foi diferente. Já por várias vezes tinha ido a pé até Santiago de Compostela, calcorreando o Caminho Português e a Via da Prata, mas a experiência deste ano “encheu-me as medidas”.

Durante séculos o Caminho de Santiago foi símbolo de fé e união entre os povos europeus. Desempenhou um papel fulcral na evolução política, religiosa e cultural da Península Ibérica. Depois do fulgor do período medieval, em que milhares de pessoas se dirigiram a Compostela, a partir do século XIV a rota jacobeia entrou num lento declínio que se manteve até ao século XX. A partir da década de 60, os antigos trilhos foram sendo remarcados e em 1987 a UNESCO declarou o Caminho de Santiago como Património da Humanidade. A partir desse momento assistiu-se a um aumento do número de pessoas que, todos os anos, percorrem as diferentes rotas que conduzem até Santiago.

Independentemente das motivações, fazer o Caminho é uma experiência fantástica. As paisagens, os monumentos, a gastronomia, as pessoas e a introspecção proporcionada pelas longas horas de caminhada são um bálsamo para todos aqueles que, durante alguns dias, procuram fugir à agitação e stress do quotidiano.

Desta vez quase nada foi preparado com antecedência. Aliás, deve ter sido por isso mesmo que correu tudo tão bem. Tinha, no fim de Julho, perguntado a um amigo se estava interessado em fazer o Caminho Francês ao que ele, veterano de sete peregrinações a Compostela, respondeu afirmativamente. Fixámos apenas o local de partida, Astorga. E mais nada.

Depois de uns dias de férias na minha cidade natal, Lyon, cheguei a Portugal e no dia seguinte estava de malas aviadas para o Porto onde me ia encontrar com o meu amigo e de onde seguiríamos para Vigo.

De todas as outras vezes que fui até Santiago tive carro de apoio pois ia em grupos organizados que, além do transporte das mochilas, providenciavam pequeno-almoço e jantar. Um luxo! Agora a logística estava toda por nossa conta e tinha de ser espartana já que ao fim de alguns quilómetros qualquer carga passa a pesar toneladas.

A pequena mochila ia apenas equipada com o essencial: dois calções, três camisolas de manga curta, um blusão, um impermeável, meias, roupa interior e objectos de higiene pessoal. Amarrados a ela, o saco cama e a vieira de estimação, símbolo do peregrino, que já me tinha acompanhado em peregrinações anteriores. 


1 comentário:

  1. É minha vontade fazer outrossim o caminho de Santiago. Sei que o caminho dos Pirinéus é o mais conhecido e também mais duro. Todavia para mim bastava-me fazer o caminho de Portugal.
    Tenho combinado com alguns amigos que o farei quando for o próximo jubileu. Vamos é ver se lá chego com vida e saúde para o fazer.
    Estou a gostar muito deste espaço e já está o link feito do meu blogue.

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